sábado, 31 de outubro de 2009

Meme - Et Pourtant

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31 de Outubro de 2009, Paris - França

Mon cher Louis,

Estou as margens do Sena tomando aquele vinho do bistrô de que tanto gosta.
Paris continua linda, com sua arquitetura contemporânea e seu aroma de poesia... Me sentei para sentir a brisa noturna e me perguntar "onde está você"?
Não importa mais "onde está", está longe de mim. Seus olhos azuis de mar em tormenta não estão me fitando neste momento, sua pele quente não está me proporcionando segurança, seus lábios róseos e voluptuosos não estão roçando minha face por puro prazer. Seu corpo não está junto ao meu nas noites quentes da cidade luz.

Oh mon cher, como me dói lembrar dos tempos em que fantasiávamos um amor como de Christine Daaé e de Visconde Raoul de Chagny*¹, onde o único fantasma que se entrepunha entre nós era o querer incessante de amar. Dói pensar nas poesias proclamadas de Boudelair em noites de luar, onde ao som de Jimi Hendrix divagávamos sobre o sentido de Liberté, Egalité, Fraternité ...

Ouço Jimi Hendrix - "Fox Lady", me lembro de como me seduziu com essa música e sem você ela se torna patética. Será que você não percebe que enquanto estamos juntos, nossos namoricos, nossas fantasias, nossos discursos filosóficos e até mesmo nosso cinema de domingo a tarde nos remete a Paris? Jamais me esquecerei da noite em que chegou em casa com ar de mistério e olhar malandro me dizendo "Mon coeur, faça as malas por que a cidade luz nos espera!", e se você não me segura eu teria caído ali mesmo, com um sorriso de garotinha que acaba de ganhar uma bicicleta nova e olhos marejados.

Naquela noite fizemos amor como nunca, seus beijos se perdendo nas curvas de meu corpo, nossos instintos em busca de puro prazer, minha pele desejando a tua, nossos corpos em plena união se tornando um só corpo. Tua voz rouca dizendo que me ama enquanto eu gemia de prazer... Prazer pelo sexo, prazer por ter você, prazer por Paris.

Com um Francês trêmulo e emoções jamais sentidas, exploramos cada museu, cada bistrô, cada monumento. Chorei ao ver a Torre Eifel e você me abraçou em silêncio, nossos olhares petrificados e sedentos de tudo que esta cidade teria a nos oferecer. Fotos não eram suficientes para registrar nossas descobertas, eu não sei o que mais me fascinou naquela viajem, se foi estar no cenário de pequenos detalhes que compõem minha vida (música, poesia, língua, arte) ou te ter de forma tão concreta ao meu lado. Porque aqui, em solo francês eu te tinha por completo. Sem fragmentos; sem  subterfúgios.

Foi tomando este mesmo vinho que você me disse que esta era a verdadeira liberdade, que esta cidade é sagrada e consagra nosso amor.

Mas o sentido de liberdade se infiltrou de tal forma em sua alma que algo entre nós se perdeu. Você descobriu novos ideais e não soube ou não quis conciliá-los aos nossos ideais. Porque nós tínhamos ideais de vida, de carreira, de futuro ... Respeitando nossa individualidade, porém, priorizando nossa relação.

Se afastou e quando consegui a bolsa de estudos para o mestrado, você, meu querido Louis, não ligou. E quando disse que queria você ao meu lado, deixou claro que viver em Paris, que viver comigo, não fazia parte dos seus planos. Não teve coragem de dizer que não me amava o suficiente, mas me feriu tanto com sua indiferença que também não tive coragem de dizer que se tivesse pedido eu teria ficado.

Sob a trilha sonora de promessas e pesares você me convenceu que a sua bendita liberdade não era um empecilho ao nosso amor e que mesmo com o distanciamento nós sempre seriamos um. Aos beijos e lágrimas de "até logo" ou seriam lágrimas de Adeus? você permitiu que eu subisse naquele avião, acreditando que nada mudaria.

Louis, Louis... Tenho uma canção para ti, uma canção para dizer-te aquilo que não consigo dizer em palavras. Uma canção para mostrar-te o quanto me sinto só e o quanto esses laços e promessas me fazem mal. Breves versos de Charles Aznavour para dizer-te em francês (e poderia ser diferente?) que por mais que o ame eu preciso viver, eu preciso buscar pelos meus ideais, uma vez que você preferiu pelos teus.

"Un beau matin, je sais que je m'éveillerai, Différemment de tous les autres jours, Et mon coeur délivré enfin de notre amour Et pourtant.. Et pourtant.. Sans un remords, sans un regret, je partirai Loin devant moi, sans espoir de retour Loin des yeux, loin du coeur, J'oublierai pour toujours Et ton corps, et tes bras, et ta voix, Mon amour"*²

E assim mon cher fico eu na descoberta de mim mesma de mim sem você na cidade em que fui mais feliz e que hoje me vê sofrer, digna de um drama Shakespeariano.

Au revoir,
Claudia.


*¹Personagens do Filme "O Fantasma da Ópera"

*² "Uma bonita manhã sei que despertar-me-ei,Diferentemente de todos os outros dias,E o meu coração livre enfim do nosso amor E no entanto... E no entanto.. Sem remorso, sem uma lamentação partirei, seguirei eu sem esperança de regresso Distante dos olhos distante do coração, esquecerei para sempre E o teu coração, e os teus braços, E a tua voz, O meu amor"
(Tradução da música Et Pourtant - Charles Aznavour)


Esta carta que escrevi faz parte de um meme proposto por Daniele Vieira. Foi proposto que os indicados fizessem uma carta como se rompesse com um certo alguém. A ideia da escritora foi inspirada na exposição Cuide de Você, da francesa Sophie Calle, que convidou 104 mulheres para interpretarem um e-mail de seu ex-namorado que gostaria de romper o relacionamento de ambos. (Fiquei sabendo do Meme através da minha querida amiga Adriely Soares (http://adri-elly.blogspot.com/) que me sugeriu o post a alguns meses atrás.)

As regras do meme são as seguintes:

1.: Escrever uma carta como se você estivesse rompendo com o seu (sua) namorado(a);
2.: Escrever estas regras e uma breve explicação do que é o meme (como a que fiz acima);
3.: Indicar cinco pessoas



Os indicados: Livro 47; My crazy life; Jess; Micha Djeine; O retorno de Lívia Maria

Os indicados tem total liberdade para aceitar ou não a proposta.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Selo Rosa - Porque a Vida deve ser Celebrada


Uma proposta feita pela minha querida Itinerante Neiva , que foi aceita de muito bom grado.

É muito simples, é só compartilhar conosco o que dá cor a sua vida, pessoas... coisas... sentimentos!

Vamos celebrar as coisas boas da vida?
Um convite a todos que acreditam que a vida deve ser celebrada!

*.*

1° - Pessoas que fazem parte de minha vida

Primeiramente minha família: Minha mãe, meus avós, meus primos (Fellipe e Brunna) que são os irmãos que não tive, minha Titi Linda (que mesmo não estando mais nesta etapa de nossa existência sempre fará parte de minha vida).

Logo em seguida meus amigos: Adrielly, Alex, Alini, Bianca, Carlos, Cristiele (cumade), Débora, Dani, Edvania, Fernanda, Janine, Lary, Lívia, Michele, Patrick (maninho), Paulo (amigo Paulo), Peth. São pessoas que mesmo estando longe fazem parte da minha história, pessoas que fizeram e fazem diferença sempre (inclusive os companheiros de msn, amigos de velha data).

E tem aqueles que a convivência é restrita, mas que em um ou outro momento me faz sentir saudades ou rir de tempos remotos. Pessoas que contribuíram com um sorriso, uma palavra, uma bronca...


2° - Natureza

Cheiro de terra molhada (chuva), o nascer do sol, árvores, o aroma e energia das flores, a paz dos cristais, os elementais que nos rodeiam, a força dos vegetais, o cantar dos pássaros, a astúcia e pureza dos animais.

3° - Equilíbrio físico, espiritual e emocional

Sorrir para a vida mesmo nos dias de tempestade, tentar manter os pés no chão enquanto seu coração divaga em terrenos celestes, música para aliviar as angústias, calar quando não se tem nada positivo a dizer, ver o melhor que a vida nos proporciona a cada dia que passa...

4° - Anjos da guarda

Minhas bruxas que sempre me acompanham, minha mãe que é um poço de sensibilidade e bom senso e meus amigos (sem eles nada seria eu).

5° - Atitude positiva perante a vida

A VIDA TEM QUE SER VIVIDA SEM PERDER A MAGIA DE SORRIR!

*.*

Repassando!

Espero que gostem e fiquem a vontade para posta-los ou não.

_Necessidade_
QUE TAL UM CAFÉ E PAPO?
Walking Memories
My crazy life!
Livro 47
# тяιcкѕтєя - тнє ι∂єитιту #
PVC
Quero ver Irene dar sua risada

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Risos soltos, levesa no ar.




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A menininha de cabelos claros e gatos de pelúcia, um quarto de princesa e sonhos de conto de fadas. O primeiro livro da escola primária, a primeira amizade abalada. O vinil da Xuxa, aroma de margarida e infância perene.  

Os raios solares anunciam o nascer de um novo dia, não é natal, mas é dia de presentes e alegria...


Aquele parque onde nada é mais encantador do que a liberdade e voos altos de um balanço e o friozinho na barriga na hora de descer o escorrega. As confidências com a amiga de tranças cor de rosa numa casa de boneca, onde o seu maior medo é de seu pai não estar na porta do colégio na hora em que o sino tocar. 
Domingo é dia de mimos e macarronada da casa dos avós, onde se sente mimada e que tudo pode... 

São tantos os cheiros e memórias de uma criança, que nem o primeiro tombo de patins nem a descoberta do sabor favorito de sorvete pode contar. Lembranças e segredos que nenhum adulto pode desvendar.

Pais separados, amigos dispersados, familiares para todos os lados... Ser criança é saber lidar com a vida de forma serena e amena.

Sentir um friozinho na barriga no primeiro dia de aula, dar birra por que quer uma viseira que vira um disco, saber dizer
Eu te Amo sem medo de sofrer.

Ser maduro quando todos menos esperam e com sua mão pequenina dizer aos adultos que você já é uma mocinha, olhar no fundo dos olhos do adulto que ama e dizer que vai dar tudo certo.

A primeira paixão surge sempre na infância, na fase em que meninos são seu pior pesadelo e que o bebê que acaba de nascer é seu maior tesouro. É a fase onde aprende a ouvir não e a moderar aquilo que pensa.

Ser criança é poder andar descalça, fazer anjinho de sabão e tomar banho de bacia. Brincar de Barbie até o entardecer e dizer a todas as suas amiguinhas da rua que quando você crescer será professora e sempre vai ajudar sua mãe a lavar a louça.


Fazer careta toda vez que sente cheiro de pimenta, fugir de um vidro de remédio, comer
Doril achando que é MM'S, desenhar na parede e depois ter limpar tudo com detergente.

Arteira, sorridente e com curiosidade de viver... Você cresce!

E descobre que ser criança não era tão ruim assim. Que ir a escola era mais divertido que se possa admitir, que os meninos não são tão bobocas e dispensáveis como você previa e há medos que te acompanham por todas as idades, como ir ao dentista.
  

Mas que mesmo assim é divertido crescer e resgatar a menininha de cabelos claros e gatos de pelúcia.